Grávida pode viajar de avião? Tire suas dúvidas!

Redação Nãovoei.com - Publicado em 30 de julho de 2018 - Atualizado em 28 de agosto de 2018

Quem está se preparando para ser mamãe costuma ter muitas dúvidas, principalmente aquelas que estão passando pela gravidez pela primeira vez. Uma dessas é se a grávida pode viajar de avião, afinal existem muitos mitos que rondam esse momento, como a questão da pressurização e dos riscos para o bebê.

Você está grávida e planejando uma viagem? Fique calma. Nós montamos este conteúdo completo com todas as informações que você precisa para viajar em segurança. Confira!

Toda grávida pode viajar de avião?

Teoricamente, sim, todas as grávidas podem viajar de avião. Mas é preciso considerar a sua saúde, a saúde do seu bebê e também as orientações do seu médico.

Normalmente, os voos são permitidos para as grávidas que estão no primeiro ou segundo trimestre (ou seja, até 27 semanas – ou 25 no caso de gêmeos). E, claro, se não tiverem nenhuma complicação de saúde como sangramentos, pressão alta, diabetes ou outros tipos de doenças que requerem cuidados extras ou que podem comprometer a saúde do bebê.

Antes dos três primeiros meses, alguns médicos não recomendam a viagem de avião, já que esse é o período com maior chance de aborto e algumas mulheres ainda se queixam mais de sonolência, enjoos e outros pontos que podem atrapalhar uma viagem mais longa, por exemplo.

Algumas pessoas também dizem que as viagens de avião só estão liberadas até o sétimo mês de gestação, porém muitas companhias aéreas brasileiras permitem um pouco mais, desde que a mulher apresente um atestado médico a liberando para isso, como a Azul e a Latam, que liberam a grávida para viajar até o 8º mês.

Quais são os casos em que as gestantes não podem viajar de avião?

Como você viu, algumas situações podem impedir uma gestante de viajar de avião. E isso acontece quando existe alguma doença ou problema que possa colocar em risco a saúde da mulher e do feto

Em geral, mulheres que apresentam alguma das condições listadas abaixo precisam buscar orientações com o seu médico antes de programar as próximas férias:

  • partos prematuros anteriores;
  • pressão alta;
  • diabetes e diabetes gestacional;
  • sangramentos de escape;
  • mulheres que já sofreram abortos;
  • gestantes com doenças que exigem acompanhamento intensivo.

Além desses, existem ainda alguns casos que impedem a futura mamãe de viajar de avião (exceto em casos emergenciais e com atestado médico), que são:

  • insuficiência placentária;
  • propensão à formação de coágulos;
  • anemia falciforme;
  • anemia severa.

Mesmo as gestantes que não se enquadram nessas situações podem sofrer algumas intercorrências durante o voo (principalmente os mais longos), como hemorroidas, varizes e em casos mais graves, tromboembolismo.

Para evitar essas situações é importante seguir as recomendações do seu médico que, geralmente, podem incluir o uso de meias elásticas compressivas (prescritas pelo seu médico), medicamentos para ativar a circulação e ainda buscar caminhar durante o voo, dentro do avião.

Existem restrições quanto às aeronaves que as grávidas podem voar?

Muitas mulheres nem imaginam, mas não são em todas as aeronaves que as grávidas podem voar, já que existem limitações importantes em relação ao tamanho do avião.

O recomendado é evitar viajar em aeronaves muito pequenas que não contam com cabines pressurizadas. Isso porque, a pressão do ar na cabine será inferior nas altitudes mais baixas, o que acaba levando a um aumento nos batimentos cardíacos e na pressão arterial para que o organismo absorva mais oxigênio.

O resultado pode ser muitos problemas graves – e até a piora de alguns quadros. Se você precisar voar em uma aeronave pequena ou em um helicóptero, a recomendação é que o faça no máximo até a 35ª semana.

Quais são as políticas das companhias aéreas para o embarque de grávidas?

Como o assunto é importante, algumas companhias aéreas tem orientações específicas sobre o embarque e o voo de gestantes. Nós separamos o que dizem as principais empresas brasileiras, ajudando você a se organizar melhor. Confira.

LATAM

As gestantes até a 28ª semana podem viajar sem apresentar atestado médico, desde que a gestação esteja transcorrendo sem problemas e a grávida apresente um bom quadro de saúde.

Nas gestações entre a 28ª semana e 36ª semana, a grávida precisa apresentar o atestado médico que a libere para a viagem. O documento pode ser entregue aos funcionários nos balcões de atendimento da companhia.

A partir da 36ª semana até a 39ª semana é necessário o envio do atestado médico ou do formulário MEDIF (documento padrão de informações médicas para as viagens de avião que fica disponível no site da LATAM) para que a equipe médica aeroespacial analise o caso.

É preciso também que o formulário MEDIF preenchido seja entregue no balcão de atendimento junto das demais documentações para a viagem.

Outra recomendação da companhia, é que o atestado médico seja emitido, no máximo, com até 10 dias de antecedência da viagem e conte com informações como:

  • idade gestacional;
  • autorização expressa para que a gestante viaje de avião;
  • parecer médico;
  • tempo máximo de voo permitido;
  • estimativa de quando o bebê nascerá;
  • datas e horários de saída e chegada;
  • origem e destino da viagem.

Azul

A Azul tem uma política semelhante à da LATAM. As grávidas de até 28 semanas e em bom estado de saúde podem viajar sem apresentarem atestado médico ou Declaração de Responsabilidade.

Entre a 28ª semana e a 35ª semana é preciso apresentar o atestado médico que autorize a viagem. Já para as grávidas entre a 36ª e a 37ª semana é preciso, além do atestado médico, o preenchimento da Declaração de Responsabilidade fornecida pela companhia aérea.

As grávidas a partir da 38ª semana só podem viajar caso o médico responsável faça esse acompanhamento dentro do avião.

Outra recomendação da Azul é que o atestado médico seja emitido com, no máximo, 7 dias de antecedência da viagem.

Gol

Para viajar pela Gol, as gestantes de até 27 semanas e em bom estado de saúde não precisam apresentar nenhum tipo de atestado. Entre 28 e 35 semanas, contudo, é necessário preencher a Declaração de Responsabilidade fornecida pela empresa.

Entre 36 e 37 semanas a viagem só é permitida com a apresentação do atestado médico com validade de 30 dias. Já a partir da 38ª semana, a gestante somente poderá embarcar em casos de extrema necessidade com a apresentação da Declaração de Responsabilidade, além do acompanhamento do obstetra.

Avianca

Na Avianca, as gestantes de até 27 semanas podem embarcar sem apresentar atestado médico, porém precisam preencher o termo de responsabilidade no check-in (que precisa estar em 3 vias preenchidas e assinadas). Se você não fizer o download no site da companhia, pode solicitar o documento no balcão a qualquer atendente.

Entre 28 e 35 semanas, o embarque só é permitido com a apresentação do termo de responsabilidade e o atestado médico que precisa conter informações como: idade gestacional, data provável do parto e declaração do médico atestando que a grávida está apta ao voo. Além disso, o documento precisa ter sido emitido dentro de 7 dias antes da viagem.

As grávidas entre 36 e 37 semanas precisam apresentar o termo de responsabilidade, o atestado médico e o MEDIF. Mas, atenção, o MEDIF precisa ser enviado antes da viagem para o e-mail: medif@avianca.com.br com antecedência máxima de 72 horas do voo e é preciso estar digitalizado e assinado pela gestante e também pelo médico responsável.

Somente após a análise da companhia aérea é que a grávida saberá se poderá ou não embarcar. A validade do MEDIF é de, no máximo, 10 dias antes da data programada para o voo inicial da viagem.

A partir da 38ª semana, além do termo de responsabilidade, atestado médico e MEDIF, a gestante precisa estar acompanhada do obstetra. E as grávidas a partir da 40ª semana não podem viajar pela companhia.

Lembrando que essas regras não se aplicam no caso de gravidez de risco e nem de gestação múltiplas (gêmeos, trigêmeos, etc.). Nessas situações, o recomendado é entrar em contato direto com a companhia para informações mais detalhadas e específicas.

Principais cuidados para as gestantes que vão viajar de avião

Para que a sua viagem transcorra sem problemas, é sempre importante se preparar e ficar atenta a algumas dicas. Veja as mais importantes:

  • use uma roupa bastante confortável, lembrando que algumas grávidas podem inchar e dependendo da roupa isso pode ser bem desconfortável, principalmente em viagens mais longas;
  • mantenha todos os contatos sempre à mão, como número do médico, de seguro e outros importantes;
  • leve na bagagem de mão a sua “farmacinha”, com itens permitidos e orientados pelo seu médico, como medicamentos para enjoo, azia, dor de cabeça, etc.;
  • busque descansar bem antes da viagem e embarque bem alimentada e hidratada;
  • procure fazer uma refeição leve antes da viagem, evitando itens que possam causar mal estar;
  • evite ficar sentada durante toda a viagem e considere fazer pequenos alongamentos ou caminhadas dentro do avião;
  • prefira sentar próxima ao corredor (já que grávidas costumam ir mais ao banheiro);
  • use meias de compressão prescritas pelo seu médico;
  • hidrate-se adequadamente durante o voo;
  • tenha na sua bolsa de mão algumas barras de cereais, frutas secas, bolachas integrais e garrafinhas de água, não ficando muito tempo sem se alimentar.

E, claro, tente evitar o estresse, se programando antecipadamente, chegando com tempo ao aeroporto e tomando todas as medidas necessárias. Não se esqueça de tomar cuidados também em relação aos passeios no destino, evitando esforços físicos excessivos, como passeios a cavalo ou esportes radicais.

E, então, depois de ler este conteúdo ficou mais fácil responder à questão se grávida pode viajar de avião? Aproveite e compartilhe as nossas dicas com as suas amigas nas redes sociais!