Com uma população de 10,3 milhões de habitantes, Portugal é um dos destinos da Europa que encantam os turistas brasileiros. O país é a porta de entrada para muitos que vão conhecer outras nações ao redor — e, em um stopover ou outro, é inevitável conhecer ao menos um pedaço das terras portuguesas.
Muitos se encantam até demais e procuram o país para moradia, prolongada ou só de alguns poucos meses. Com um IDH de 0,864, cultura bem marcada e localização privilegiada, de fato, é um ótimo local para se viver. Mas, afinal, qual é o custo de vida em Portugal? Por que escolher esse destino? A resposta para essas perguntas estão logo a seguir!
Qual é o custo de vida em Portugal?
Pensar no custo de vida em Portugal sendo brasileiro pode ser complicado para muita gente — e é simples entender o motivo. A diferença do real para o euro é grande, e a conversão chega a assustar. Você pode considerar que a média de 600 a 700 euros seja pouco para viver no país. Mas saiba que nessa faixa se encontra o salário-mínimo da população portuguesa.
A média dos gastos para um casal econômico, que cozinha bastante em casa, é de 1.200 euros. Para quem vai morar sozinho, considere a média de 800 euros. A partir de agora, vamos entender algumas das despesas que compõem esse custo de vida em Portugal.
Alimentação
Este valor vai depender da quantidade de pessoas que compõem a sua família e dos hábitos de consumo. Em geral, o casal do exemplo (que cozinha bastante em casa) gasta a média de 200 euros em supermercados. Há grandes redes com boas ofertas, que podem ajudar no controle dos preços, a exemplo do Jumbo e Continente.
Veja alguns valores:
- leite: 0,50 a 0,80 euros o litro;
- ovos (12 unidades): 1 a 2,58 euros;
- queijo nacional (kg): 5 a 12 euros;
- cebola (kg): 0,70 a 1,50 euros;
- tomate (kg): 1 a 2 euros;
- água de 1,5L: 0,29 a 1 euro;
- garrafa de vinho: 3 a 7 euros;
- cerveja: 0,75 a 3 euros para 0,5L.
Transporte
O transporte público em Portugal é bastante desenvolvido. Em grandes centros, como Lisboa e Porto, a passagem individual de metrô e ônibus custa de 1,20 a 2 euros. Há também pacotes mensais de 30 ou 40 euros, dependendo da região em que deseja circular.
Para andar de táxi ou apps de transporte, uma distância de 3km mais ou menos fica em torno de 4 euros. Já as viagens de 7km ficam na faixa de 8 euros. O combustível em Portugal é considerado alto, na faixa de 1,4 a 1,7 euros.
Moradia
Aqui, vale lembrar que existem apartamentos de um, dois ou mais quartos — quanto maior o número, mais caro e difícil de achar. Também há opções que já incluem serviços como internet, o que facilita a organização do seu custo de vida em Portugal.
Considere:
- 1 quarto: 600 a 1.200 euros em Lisboa, 400 a 700 euros em Porto e 250 a 700 euros em outras cidades;
- 2 quartos: 700 a 1.800 euros em Lisboa, 600 a 1.200 euros em Porto e 400 a 1.000 euros em outras cidades;
- quarto em casa compartilhada: 400 a 700 euros em Lisboa, 250 a 400 euros em Porto e 120 a 350 euros em outras cidades.
Já a média de contas de casa está na faixa de 45 euros por pessoa. Isso inclui internet (quando a moradia não oferece), água, energia e gás.
Saúde
A saúde pública em Portugal tem alguns custos. As consultas podem cobrar cerca de 5 euros, enquanto uma visita ao hospital, com exames inclusos, chega a 18 euros. Dependendo da gravidade do atendimento, você pode nem ser cobrado — um infarto, por exemplo.
Lazer
Veja alguns valores para lazer em Portugal:
- cinema: média de 7 euros o ingresso;
- teatro: 10 euros os locais mais em conta;
- shows: 20 a 40 euros em pequenos espaços. Para assistir a artistas internacionais, os ingressos vão de 30 a 50 euros. Já os festivais grandes cobram de 30 a 60 euros;
- festas e boates: 3 a 15 euros para entrar;
- academia: 20 a 60 euros mensais;
- restaurantes: 6 a 10 euros por pessoa no almoço e 10 a 30 o jantar. O delivery cobra a média de 7 euros.
Estudos
As universidades de Portugal são bastante reconhecidas pela qualidade de ensino. Mas estudar por lá pode não ser tão barato. A cobrança média vai de 100 a 150 euros para graduação, mestrado e doutorado. Mas há instituições que cobram a mais de brasileiros, chegando a 700 euros de mensalidade.
Para manter uma criança estudando em uma escola primária internacional, você vai desembolsar de 5.400 a 13.000 anualmente.
Quais são as vantagens e desvantagens de morar em Portugal?
Se a viagem para Portugal parece uma excelente oportunidade, lembre-se de que mudar de país é uma experiência completamente diferente. Veja as vantagens e desvantagens dessa escolha.
Vantagens
Idioma próximo ao português do Brasil
O conforto de ter um idioma próximo ao seu logo de início é grande. Você já fica mais tranquilo de não passar tantas dificuldades com a barreira linguística. Ainda que o sotaque e alguns significados sejam bem diferentes do que falamos no Brasil, é possível se virar com maior facilidade em Portugal.
Serviços de qualidade
Portugal tem bastante investimento em educação, transporte, saúde e outros serviços vitais à população. O melhor de tudo é que ainda são acessíveis às pessoas, o que torna a estadia ainda mais tranquila. Em algumas cidades, dá para viver com menos e ter luxos com viagens aos fins de semana, visitas a restaurantes etc.
Facilidade de viajar pela Europa
A Europa tem uma rede de transportes bastante interligada. É possível viajar de trem entre os países próximos sem gastar muito. Isso facilita os passeios aos fins de semana, por exemplo, para conhecer outros lugares, novas culturas e assim por diante.
Desvantagens
Salários inferiores
Você logo viu que o salário em Portugal não é muito alto. Para fins comparativos, um trabalhador italiano ganha na faixa de 1.100 a 1.500 euros. Ou seja, a remuneração chega a ser duas vezes menor em terras portuguesas. Então, se o seu objetivo de viver por lá envolve o ganho de poder aquisitivo, talvez não seja a melhor alternativa.
Grande burocracia
Se você procura por como morar em Portugal, já deve ter conhecimento de que a burocracia para viver no país é grande — embora não necessite de visto.
Envolve muito contato com o Consulado Português, dias longos de espera entre cada solicitação e por aí vai. Sem falar a lista de documentos solicitados, que ainda necessitam de autenticação de origem (a Apostila de Haia).
Saudades de casa
Por fim, essa é a desvantagem de viver longe de casa. A saudade da família, muitas vezes, faz com que as pessoas se questionem se devem continuar com essa ideia ou voltar para a terra natal. Mas essa não é uma exclusividade de quem escolhe Portugal, certo?
Quais são as melhores cidades para se viver em Portugal?
Agora você já pode colocar na balança os custos de vida em Portugal, as vantagens e desvantagens de morar por lá. Mas em qual cidade escolher para dar início a essa nova jornada? Listamos algumas opções a seguir:
- Lisboa: a capital do país é cheia de vida, arte, cultura e movimento. Porém, como desvantagem, tem custos mais salgados para quem deseja morar em Portugal. Também é difícil encontrar moradia;
- Porto: oferece excelente qualidade de vida e é o local ideal para os amantes de vinho. Novamente, a grande quantidade de turistas, as dificuldades de achar moradia e custo alto são alguns desafios;
- Coimbra: destino ideal para quem tem os estudos como objetivo. É um destino jovem, com boa estrutura e segurança. Entre as desvantagens, pouca coisa abre aos domingos e o trânsito pode ser bem confuso;
- Braga: quem deseja a tranquilidade em Portugal pode procurar esse destino. Tem universidade, é perto de Porto e bem mais fácil de encontrar moradia. Porém, continua sendo uma cidade muito turística e que não oferece tantas vagas de emprego;
- Guimarães: se você quer viver em uma cidade bastante cultural, com patrimônio preservado e excelente custo-benefício, esta é a alternativa ideal. Em contrapartida, é longe dos aeroportos internacionais e tem menor oferta de emprego.
O custo de vida em Portugal não é tão alto quanto em outras regiões da Europa. Somado a outras vantagens de viver por lá, o país se torna uma excelente opção de destino. Se esse é o seu sonho, comece desde já o planejamento, incluindo a documentação necessária para o visto.
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